Todo mundo ao trocar de emprego, obrigatoriamente, passa pelo ritual de apresentação e adaptação do novo ambiente de trabalho. No meu caso, esse ritual costuma se prolongar um pouco mais devido a curiosidade das pessoas e a lista de checklist das adaptações que tenho que responder. Como tinha passado para um emprego público, resolvi visitar antes o meu futuro local de trabalho, na expectativa de diminuir o tempo de ambientação e adaptação. Fui muito bem recebido por todos, que me trataram de forma natural, como devia ser. Até que, para descontrair e tentar me enturmar, perguntei se eles jogavam bola para marcarmos uma peladinha.
Nesse momento um ar de dúvida brotou junto com o silêncio. Certamente estava pairando em suas mentes uma grande dúvida: Ele tá de sacanagem conosco ou tá falando sério? Imagina só eu dando um carrinho nele? Vai ser uma pelada do Tabajara Futebol Clube? Imagina só ele jogando bola, deve parecer o Stuart Little 2…
Até que o silêncio foi quebrado por uma discreta risada de canto de boca. Foi então que percebi que minha sugestão não foi levada tão a sério. – “Tudo bem, pessoal. Eu estou estou um pouco fora de forma, mas ainda jogo alguma coisa. Não é sacanagem não. Veja o Romário, quase do meu tamanho é foi eleito o melhor do mundo. Então, vamos marcar ou não?” Até hoje estou esperando por essa pelada.