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Quem nunca ouviu histórias mal-assombradas, sobretudo, se o local onde você trabalha o prédio é bem antigo. O prédio onde trabalho, pertence a uma dessas construções históricas do centro do Rio de Janeiro e histórias de assombrações é que não faltam.
Reza a lenda da “rádio corredor” que aquele prédio antigamente tinha sido um IML e que o décimo terceiro andar, onde trabalho, era o necrotério. Mesmo com autenticidade duvidosa desta informação, esta já é mais do que suficiente para colocar “caraminholas” na cabeça das pessoas. Tudo bem que eu imaginava que as mulheres é que se impressionariam mais com essas histórias fantasiosas.

Um dia precisei ficar trabalhando até mais tarde, para concluir um serviço urgente, o que não é de costume acontecer. Ao finalizar o trabalho, fui até a outra sala avisar que eu era o último a sair, para que alguém pudesse vir me ajudar a desligar as luzes e o ar condicionado, bem como trancar a porta da sala.

O problema é que as salas tinham baias altas, que não davam para me ver, embora nunca tivesse percebido este detalhe. Ao abrir a porta desta sala, senti um silêncio e uma tensão fora do comum, que só fui perceber ao chegar perto do colega de trabalho (achei melhor preservar o nome da pessoa), ele dá um pulo da cadeira seguido de um grito histérico (são nessas horas que você conhece melhor a pessoa, quando ela se entrega).

– Aí, Leo! Era você?! (recuperando o fôlego) Que susto menino! Não faz mais isso. Eu morro de medo de assombração.

– Calma, sou eu… Você pensou que fosse quem? O Gasparzinho?

Confesso a vocês que não fiz por mal, com a intenção de assustar ninguém. A partir desse momento, para evitar que mais algum colega saia do armário ou mate alguém de susto, já começo a fazer barulho no corredor para avisar que estou chegando.